quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Da espera

Da angústia que se fez saudade, em meio a viração. 

Em frente ao novo, que de novo ninguém sabe o quanto, a inquietação da busca parece tão natural quanto o temor que me causa. Não se sabe ao certo onde vai terminar, embora os pensamentos de um bom desfecho, o acaso (não por descaso) se encarrega de cuidar.

E eu de tanto te querer, chego a criar asas em teus pés, para que mais longe de mim andes. 

Me desfaço em flor, em dor, em sol.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

E a cultura? E a pobreza?

        Estava eu, na minha difícil relação cotidiana com aquele eletrodoméstico que fica no centro da sala, sabe? Mas encontrei algo que muito me interessou.
        Em um dos canais estava passando um documentário chamado 'Barka', produzido pelo SESC. O documentário trazia retratos de Burkina Faso, país africano, um dos mais pobre do mundo, em dinheiro, mas muito rico em cultura, em alegria, em lições, e toda essa boniteza.

    Duas coisas. 


   Durante o documentário, um dos entrevistados que tem vários trabalhos de alfabetização de crianças e jovens, e dá exemplos de vivência em comunidade, visitou o Brasil, o Rio de Janeiro, e aos ver as favelas ao lado dos belos prédios concluiu: " É por causa dessa pobreza que eu prefiro ser pobre aqui do que na América Latina ou na Europa. ".  E ainda acrescentou, que essa pobreza (essa mesmo que a polícia combate com tanque de guerra), rouba (faz roubar), mata (faz matar), corrompe (faz corromper).


      Sem mais. 


     E a cultura? Ele falou de todos os  esforços para mantê-la viva. A juventude, que se encontrava em festa, em um festival de música, falava de política, de seus exemplos, ouviam suas músicas, apesar dessa globalização (alienação global ? ).
      
     E eu fiquei pensando na nossa cultura, na nossa juventude, no nosso Brasil.

domingo, 19 de dezembro de 2010

O ENEM e a inclusão Social: O começo de um longo caminho

      Eis que o cenário educacional nacional sofre uma forte mudança. Muitos alegaram ser para pior, outros tantos que a educação nas universidades será desqualificada, outros ainda alegaram o que chamaram de ‘incapacidade’ de muitos acompanharem o ritmo das instituições superiores. Mas de toda forma, a mudança se fez, os processos seletivos nas universidades federais do país, em sua maioria, passaram a ser através do Exame Nacional do Ensino Médio.
Obviamente não se pode negligenciar que o problema educacional no Brasil vem das bases, e se encontram desde a educação infantil, passando por toda educação básica. Mas de fato o novo método de ingresso nas universidades possibilitou que outro público ocupe os bancos universitários. Como muitos gostam de afirmar, o funil que restringe o ingresso nas instituições de ensino superior, com um vestibular extremamente seletivo e direcionado a uma classe social, foi ‘alargado’. Nesse novo momento pessoas de classe baixa, não todos ainda é claro, estão tendo esta oportunidade. 
Devemos lembrar sempre que essas mudanças não acabam com os problemas encontrados na base da formação dos indivíduos, mas de alguma forma como medida compensatória e imediata começa a haver outro horizonte para educação. Aos muitos que alegam que o ‘nível’ universitário diminuirá, ou que os novos ingressantes são incapazes de adentrar a esse ‘mundo’, provavelmente não passem de ‘vaidosos acadêmicos’ de mais alto grau, que se julgam em última instância melhores que os demais.
Ainda que se diga que nem todas as pessoas têm preparação suficiente para ingressar, nesse país o que determina condições dignas de sobrevivência para o povo, diferente de outros países, é a educação. E quando se priva pessoas de baixa renda a ingressarem no ensino superior está também lhes negando a oportunidade de uma vida digna. E continua-se cada vez mais a oprimir a massa da população, lhes dando a posição de subordinados que por direito não é de ninguém.
O processo teve início, a caminhada ainda é longa. Ainda é preciso rever, melhorar muita coisa na educação, mas é preciso começar e começar de alguma forma. E a universidade como espaço de todo o cidadão, como deveria ser, deve se reformular ao novo momento, os professores devem rever sua prática para acolher estes alunos, e não acabar excluindo-os de novo após um ou dois semestres. Aos acadêmicos a consciência de que este espaço é pra todos, afinal os impostos que sustentam as instituições são de todos. E ainda há quem se questione sobre a ‘qualidade’ dos profissionais que serão formados. O papel será dos professores em, sem negar as origens dos novos alunos, formá-los como todos. E cabe por fim questionarmos, o que são profissionais de qualidade? E de que valem máquinas que sirvam a esse sistema mecanicista, enquanto muitos ainda vivem em condições subumanas?

(Texto escrito para a disciplina de Didática do Ensino da Biologia I)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010



     Falta a cor, falta o sabor. Falta um pouco mais de luz, um pouco mais de nós. Falta sentir, falta tocar. Falta ser, falta acolher. Que não falta, não. A esperança, essa não. Se partir algo de tão grande se vai, acaba por ser inútil ficar, aqui. 
    Mas as pedras. Ah, as pedras! Mas as flores. Sim, as flores! Vamos ao caminho, com a música, com a dança, com a vida, mesmo que só, em alguns (muitos) instantes, só.

Lu Corrêa